terça-feira, 5 de novembro de 2013

Vida de um Dirigente e nosso paroquiano – Chefe Jorge Quintela


Na noite de sexta-feira, 25 de outubro de 2013, realizámos na nossa sede, a habitual reunião de pais para divulgação do novo ano escutista, e, no final da reunião, tivemos conhecimento que neste preciso dia, se festejariam os 50 anos de aniversário do nosso saudoso Dirigente Jorge Quintela, que foi membro do nosso Agrupamento, dado que a sua irmã nos solicitou a abertura da Capela de São Jorge para fazer uma oração. O testemunho da vida breve deste Dirigente, que aos 23 anos foi acometido de uma doença grave, vindo a falecer a 6 de julho de 1987, encheria páginas incontáveis, tal a maneira como vivia contagiado pela Vida e nos contagiava a todos pelo seu exemplo de vida. Recordo nesse ano de 1987 como a nossa paróquia, escuteiros de toda a diocese de Setúbal, e muitas pessoas e amigos mobilizados na altura, acorreram ao hospital onde esteve internado em Lisboa para darem sangue, pois ele precisava de transfusões diárias que eram necessárias para o manter vivo. Foi um movimento humano inesquecível, tão comentado no próprio hospital pela sua dimensão. Grande era o coração deste eterno rapaz, que se fez Dirigente no nosso agrupamento e membro ativo desta paróquia. Este coração extravasou o movimento escutista, porque revestido de um superior sentido comunitário e paroquial, era o nosso representante nos conselhos paroquiais, estando sempre na primeira linha de todas as atividades paroquiais e diocesanas. Como exímio tocador de viola e com extremo jeito para compor belas melodias e excelentes letras, deixou-nos no Agrupamento um legado de canções por ele inventadas, que ainda hoje cantamos, e numa delas, destaco o belo refrão “Quero Ser escuteiro e assim tentar ser sempre o primeiro; Quero ser escuteiro aos outros ajudar ser bom companheiro”. O Chefe Jorge Quintela foi em tudo o primeiro, e primeiro partiu para o Pai. Cada um de nós que com ele conviveu nunca o esquecerá, e como foi bom para mim em particular, poder rezar uma pequena oração neste dia evocativo da sua vida, na Capela que, por curiosidade, tem o seu nome.

José Peneda

Um comentário:

  1. Recordo o Jorge Quintela. Eu era, à data, lobito e recordo-o.
    Infelizmente, não posso dizer com a propriedade que outras pessoas têm, que o conheci efetivamente. Quis assim a força da idade e o desencontro de seções e atividades…
    Não conheci a pessoa. Mas conheço o seu legado. Uma herança que nos deixou expressa nas letras das músicas que escreveu (“Quero ser Esctuteiro” é, para mim, das mais bonitas canções escutistas que conheço), que evidenciam claramente a sua forma de encarar o Escutismo, pura nos pensamentos, palavras e ações. A sua mensagem faz parte do ADN do Agrupamento.
    Não o conheci pessoalmente. Mas conheço quem tenha tido esse privilégio, pois só pode ser um privilégio conhecer uma pessoa tão especial que arranca sentimentos de carinho, amor e saudade de forma unanime e consensual a tantas pessoas diferentes.
    E por isso, não conhecendo, conheço e respeito e admiro.
    E por isso, me quis juntar a esta justíssima homenagem.

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