quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Boas recordações, boas fotos e bons testemunhos dos 35 anos



Grupo Explorador no ACAGRUP

Neste 35º aniversário do nosso 543, tencionava escrever uma simples mensagem de Parabéns. Contudo, no processo de recolha e envio de fotos antigas, encontrei uma que, inevitavelmente, me trouxe uma série de recordações (e considerações) em catadupa que, rapidamente, se tornaram alternativa à singela intenção inicial.
 
Esta foto foi tirada num acampamento de Agrupamento que se realizou na Quinta do Álamo, não recordo o ano, nem o tema geral. Recordo apenas que a IIª Secção eram os Romanos como, de resto, se pode ver pela foto; a Iª Secção eram Índios; a IIIª, Cowboys e a IVª eram os Bubus (uma espécie de Zulus que eles inventaram).
 
Guardo boas recordações daquele acampamento, vivido com tal intensidade que começou muito tempo antes da primeira estaca ser cravada no solo ou da primeira ligação unir dois dos toros que viriam a sustentar a mesa ou o pórtico. Meses antes já andávamos numa azáfama.
 
Naquela época em que Exploradores eram Juniores, e os Pioneiros eram Seniores. Só os Lobitos já eram Lobitos e os Caminheiros já eram Caminheiros.

Naquela época, não existia uma série de recursos que hoje em dia temos ao nosso dispor - Isto (a partilha de um texto e de uma foto on-line), por exemplo, era impossível de ser realizado -, mas nem por isso deixávamos de viver intensamente as atividades e de prepará-las com alma e coração. Recordo tardes de pesquisa no pólo da Biblioteca Municipal da Cova da Piedade a ler e a compilar informação sobre a civilização romana para tirar ideias. Google? Copy/Paste? Impressões? Nada disso existia. Mas nada disso nos impediu de saber como os romanos de vestiam, o que comiam, como se organizavam, etc. e de reproduzir fielmente esses apontamentos.

Descobrimos o que era uma quadriga e construímos uma em tamanho real. Aprendemos qual era a moeda romana e fizemos sestércios a partir de pequenos discos de madeira mergulhados em tinta amarela. Vestimos togas e armaduras. Empunhámos gládios, após os termos esculpido em madeira, com apoio e supervisão do JP - João Pedro Pais (não, não é o cantor) – elemento da equipa de Animação e um verdadeiro artífice na arte de entalhar madeira.

As  lâminas daqueles gládios atravessaram gerações. Ainda hoje devem resistir alguns deles no Agrupamento. Recordo-os até ao momento em que fui chefe de Agrupamento. Quantas vezes os vi ser utilizados por Lobitos, que ainda eram Lobitos; Exploradores, que já não era Juniores; Pioneiros, que já não eram Seniores e Caminheiros que ainda eram Caminheiros. Para eles, talvez fossem meras espadas de madeira. Para mim, sempre foram mais do que isso.

Descobrimos os totems de guerra romanos e que a forma dos escudos era quadrada. Também, ainda hoje devem resistir vestígios. Muitas Patrulhas ainde devem conservar (mesmo desconhecendo a sua origem) as placas de contraplacado pintadas com as insígnias das patrulhas (O Totem da patrulha Castor é-me particularmente querido, tal como os escudo. Além de ter sido a minha Patrulha, fui eu quem os desenhou e pintou e quem pediu à professora de História que traduzisse o lema: Semper ed Perfetum. O totem, uma cabeça de castor que parece um gato. O que é normal, atendendo ao facto de me ter inspirado no gato que tinha na altura).

Não me vou alongar mais.

Mas esta partilha destina-se a recordar que a História do Agrupamento é mais que um mero somatório de dias num calendário. É mais do que uma mera soma de atividades se cose na camisa, se servir apenas para dizer: «estive lá» e que passado um tempo de descose, deixando espaço para a próxima.
A grandiosidade do Agrupamento assenta nas vivências que ele nos proporciona e que nos imprime na alma.

Mas essa grandiosidade, meus caros Irmãos Escutas, essa grandiosidade assenta e depende de cada um de nós, no contributo positivo que cada um tem o dever de dar, deixando o Mundo melhor e contribuindo para a felicidade de todos.

O Agrupamento tem sido e será aquilo que os seus Escuteiros dele fizerem. E será o empenho, amor e dedicação que cada geração lhe dirige que lhe dará “Muitas Felicidades e Muitos Anos de Vida”.
Parabéns 543!

Luís Brandão   


Outro "tesourinho" partilhado pelo Chefe Brandão - A nossa Alcateia 1993/94

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